Leitura Bíblica: Isaías 53:11-12; Atos 13:38-39; Filipenses 2:5-9; Colossenses 2:13-15
Versículo-chave: “Quando ele vir tudo que resultar de sua angústia, ficará satisfeito. E, por causa de tudo que meu servo justo passou, ele fará que muitos sejam considerados justos, pois levará sobre si os pecados deles.” (Isaías 53:11 NVT)
Isaías aprofunda a compreensão acerca da morte do Servo ao afirmar que, ao contemplar o resultado do árduo sofrimento que enfrentou, Ele “ficará satisfeito”. Essa satisfação não decorre de qualquer ganho pessoal ou interesse egoísta, mas do completo cumprimento da missão redentora que lhe foi confiada. O Servo contempla a obra da redenção plenamente realizada e se regozija ao ver pecadores sendo declarados justos diante de Deus. Por isso, o texto afirma que, em razão de tudo o que suportou, o Servo “fará que muitos sejam considerados justos”.
A expressão “considerar justo” significa “absolver da culpa”, algo que só se torna possível porque o Servo é absolutamente justo e, ao mesmo tempo, assume sobre si os pecados daqueles que Ele justifica (Romanos 5:1). A ênfase recai, portanto, na eficácia plena da obra do Servo, que produz uma justificação definitiva e permanente.
“É verdade que um só pecado de Adão trouxe condenação a todos, mas um só ato de justiça de Cristo removeu a culpa e trouxe vida a todos. Por causa da desobediência a Deus de uma só pessoa, muitos se tornaram pecadores. Mas, por causa da obediência de uma só pessoa a Deus, muitos serão declarados justos.” (Romanos 5:18-19 NVT)
Isaías 53 encerra com um quadro de exaltação e recompensa. Deus anuncia que concederá ao Servo uma honra extraordinária, utilizando a imagem de uma vitória militar, na qual o vencedor reparte os despojos do triunfo. Tal recompensa é dada precisamente em razão de sua humilhação extrema: “ele se expôs à morte. Foi contado entre os rebeldes; levou sobre si a culpa de muitos e intercedeu pelos pecadores” (Isaías 53:12 NVT; Lucas 22:37; Hebreus 9:28). Aquilo que, do ponto de vista humano, parecia uma derrota total revela-se, à luz da revelação de Deus, como a maior vitória da história.
Assim, evidenciamos a perfeita harmonia entre a justiça e o amor de Deus. A justiça divina exige que o pecado seja punido, e essa penalidade recai integralmente sobre o Servo. Ao mesmo tempo, o amor de Deus se manifesta ao prover – Ele próprio – o sacrifício necessário para a salvação dos pecadores, demonstrando que a graça não elimina a justiça, mas a satisfaz de maneira plena e definitiva.
Portanto, o sofrimento de Cristo, o Servo sofredor, não foi em vão nem meramente trágico, mas profundamente redentor e glorioso. Para o cristão, essa verdade se torna uma fonte inesgotável de esperança, adoração e confiança, pois a cruz permanece para sempre como o fundamento e a garantia segura da salvação eterna em Cristo Jesus. Além disso, se Deus cumpriu com tamanha precisão as profecias referentes ao sofrimento e à morte de Seu Servo, podemos descansar plenamente na certeza de que Ele também cumprirá todas as Suas promessas de salvação e vida eterna àqueles que creem.
O post Cristo, o Servo Sofredor – Parte IV apareceu primeiro em Igreja Batista em Cristo.
