Versículo-chave: “Ele foi oprimido e humilhado, mas não disse uma só palavra. Foi levado como cordeiro para o matadouro; como ovelha muda diante dos tosquiadores, não abriu a boca.” (Isaías 53:7 NVT)

Isaías aprofunda a descrição do sofrimento do Servo do Senhor, acrescentando de forma explícita a realidade de Sua morte e de Seu sepultamento. O profeta também evidencia a paciência, a submissão voluntária, a injustiça sofrida e a absoluta integridade do Servo em meio à extrema violência praticada pelos homens.

“Ele foi oprimido e humilhado, mas não disse uma só palavra. Foi levado como cordeiro para o matadouro; como ovelha muda diante dos tosquiadores, não abriu a boca.” (Isaías 53:7 NVT)

O Servo é comparado a um “cordeiro” conduzido ao matadouro e a uma “ovelha muda diante dos tosquiadores”. Essa imagem não transmite uma passividade inconsciente, mas uma submissão consciente. Diferentemente de Jeremias, que também se compara a um cordeiro, mas levanta a voz e clama por justiça e vingança (Jeremias 11:19–20), o Servo do Senhor permanece em silêncio. Esse silêncio não revela fraqueza ou incapacidade, mas expressa plena obediência à vontade soberana de Deus.

À luz da revelação do Novo Testamento, não há dúvida de que esse Servo é o próprio Cristo. Os Evangelhos testemunham que Ele sabia exatamente o que O aguardava (João 13:3; 18:4), mas, ainda assim, durante o julgamento diante do Sinédrio, de Pilatos e de Herodes, Jesus escolheu não se defender, cumprindo fielmente a profecia. Ele tinha autoridade para agir e palavras suficientes para silenciar Seus acusadores, mas decidiu calar-se, pois Seu caminho de obediência incluía a cruz (Filipenses 2:8).

Do sofrimento silencioso, o texto avança para a injustiça que conduziu o Servo à morte. A expressão “condenado injustamente, foi levado embora” (Isaías 53:8) indica que Sua sentença resultou de um processo judicial corrompido, marcado por humilhação, falsas acusações e conspirações políticas. Cristo não foi vítima de um acidente histórico, mas alvo de um julgamento deliberadamente injusto. Ele foi “ferido mortalmente”, isto é, teve Sua vida abruptamente ceifada, e Isaías esclarece a verdadeira causa de Sua morte: “por causa da rebeldia do meu povo”. O sofrimento do Servo não decorre de culpa própria, mas do pecado alheio.

“Não havia cometido nenhuma injustiça e jamais havia enganado alguém. Ainda assim, foi sepultado como criminoso, colocado no túmulo de um homem rico.” (Isaías 53:9 NVT)

Embora a intenção dos ímpios fosse lançá-Lo em uma sepultura comum, como mais um criminoso executado, Deus, em Sua soberania, determinou um desfecho distinto. Jesus morreu entre transgressores, mas foi sepultado no túmulo novo de José de Arimateia, “um homem rico”, cumprindo de maneira precisa a profecia de Isaías (Mateus 27:57–60; Marcos 15:42–47).

Portanto, o Servo é absolutamente inocente: “não havia cometido nenhuma injustiça e jamais havia enganado alguém”. Sua vida sem pecado é essencial para Sua obra redentora, pois somente um sacrifício sem mancha poderia carregar sobre si os pecados de muitos. Assim, Isaías apresenta Cristo como o Servo sofredor que, em silêncio voluntário, suportou a injustiça humana, morreu de forma substitutiva e foi honrado por Deus, preparando o caminho para a gloriosa realidade da ressurreição.

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