Leitura Bíblica: Lucas 1:67-79
Versículo-chave: “Seja bendito o Senhor, o Deus de Israel, pois visitou e resgatou seu povo.” (Lucas 1:68 NVT)
Nos capítulos iniciais do Evangelho segundo Lucas, somos conduzidos ao relato do anúncio e o nascimento de João Batista – aquele que foi levantado por Deus para preparar o caminho do Messias – e, ao anúncio e o nascimento de Jesus, o Filho eterno de Deus.
Um elemento marcante na narrativa de Lucas é que, com a proclamação do nascimento de Jesus, o louvor volta a ocupar lugar central na experiência do povo de Deus. O Natal de Cristo é marcado por cânticos, júbilo e adoração, pois o Messias prometido ao longo de toda a história da redenção finalmente chegou.
Desde o princípio, Deus já havia anunciado essa vinda (Gênesis 3:15), e agora Ele se aproxima graciosamente do Seu povo. Esses cânticos revelam quais devem ser nossas respostas diante do Filho que nos foi concedido. Isso se manifesta no Magnificat, entoado por Maria, e, agora, no Benedictus, proclamado por Zacarias.
A palavra Benedictus tem origem no latim e significa “bendito”, “abençoado” ou “digno de louvor”. O cântico recebe esse nome porque começa com a declaração: “Seja bendito o Senhor, o Deus de Israel…”. A partir dessa abertura, Zacarias apresenta os motivos pelos quais devemos louvar ao Senhor.
O Senhor deve ser louvado, “pois visitou e resgatou seu povo” (Lucas 1:68 NVT). O termo “visitar” expressa a ideia de aproximar-se com atenção, cuidado e ação concreta em favor de quem se encontra em necessidade. Essa visita divina teve como objetivo a redenção do povo; e Deus assim o fez por causa da “sua santa aliança” (Lucas 1:72 NVT).
Desde a eternidade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo estabeleceram, em perfeita harmonia, o plano da salvação dos que haveriam de crer. O Pai decidiu entregar o Filho como resgate (João 3:16); o Filho se dispôs voluntariamente a dar a Sua própria vida pelo pecador (João 10:18); e o Espírito Santo concedeu a Cristo a plenitude necessária para o cumprimento do Seu ministério terreno (João 3:34), além de aplicar os benefícios da obra redentora aos eleitos após a ascensão de Jesus (João 14:16–26). Assim, ao afirmar que o Senhor deve ser louvado porque “visitou e resgatou o seu povo”, Zacarias nos convoca a celebrar a fidelidade de Deus e a segurança da nossa salvação.
O cântico de Zacarias também nos ensina que devemos louvar o Senhor, porque:
“Graças à terna misericórdia de nosso Deus, a luz da manhã, vinda do céu, está prestes a raiar sobre nós, para iluminar aqueles que estão na escuridão e na sombra da morte e nos guiar ao caminho da paz.” (Lucas 1:78-79 NVT)
Essa “luz da manhã” é o próprio Jesus Cristo. Sem Ele, todos nós permanecíamos nas trevas, aprisionados à sombra da morte, sem direção e sem esperança. Contudo, com a vinda de Cristo, essa luz rompeu a escuridão, iluminou nossas vidas e nos conduziu a uma nova vida, através do “caminho da paz”.
Essa promessa já estava presente desde o Antigo Testamento. Em Números 24:17, é anunciada a estrela que procederia de Jacó; em Malaquias 4:2, o nascimento do sol da justiça; e em Apocalipse 22:16, Cristo é revelado como a brilhante estrela da manhã. O próprio Jesus afirmou: “Eu sou a luz do mundo. Se vocês me seguirem, não andarão no escuro, pois terão a luz da vida” (João 8:12 NVT). Portanto, Cristo veio como luz para o mundo, para que todo o que nele crê não permaneça nas trevas!
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